Uma geração intolerante

Fato é que vivemos novos tempos. A tecnologia cada dia mais avançada, a comunicação cada vez mais facilitada, o que NA MINHA OPINIÃO é extremamente positivo para educação, uma vez que qualquer pessoa tem informação na ponta dos dedos em um smartphone com acesso à internet onde estiver (se o sinal de telefonia ajudar, lógico) é algo realmente fascinante. Ou seja, para estarmos cientes do que acontece em qualquer lugar do mundo basta pertencermos a um grupo qualquer de WhatsApp ou publicação no Facebook que estaremos muito bem informados das notícias, novidades…

 
Não sabe o que é determinada coisa? Coloca no Google! Ele sabe tudo.
Talvez o nosso Dr. G, seja a nova Barsa. Alguém lembra dela? Não?
 
Coloca no Google!
 
Notícias boas ou ruins são instantâneas. O que pode ser positivo ou negativo. Boatos são facilmente espalhados. Uma manchete pode sentenciar se eu estou certo ou errado. Oi? Certo ou errado? Quer dizer que eu posso definir o que é correto ou incorreto? Isto significa que eu posso sentenciar a minha verdade e pronto?
 
Hoje em dia a intolerância que já é mínima nas relações pessoais, na internet elas são cada vez mais existentes.
 
” – Ah, eu acho que o verde é lindo!” Alguém posta em suas redes sociais. Pronto. Os adoradores do amarelo irão ‘sentenciar’ a ‘idiotice’ e a ‘ignorância’ do ‘cara’ que só disse que acha o verde é lindo. Sério. Isso é verdade.
 
Pessoas brigam por considerar que a sua opinião é a correta e fim. Ofendem, escondem-se atrás de uma tela de computador ou teclado de um smartphone para desferir o seu ódio por alguém que ‘ousou’ expor a SUA OPINIÃO sobre determinado assunto.
 
Quando alguém tem a coragem de publicar algo sobre futebol, política, opção sexual ou religião então… Bom, aí se prepare! Você cometeu um ‘crime’ hediondo. É sentenciado como um esquerdista, corrupto, aproveitador, ‘burro’, mal-informado… Isto pra ficar nos adjetivos mais ‘bonitinhos’…
 
A falta de RESPEITO é vista todos os dias. Em qualquer lugar. Nós jornalistas já estamos acostumados. Dia destes expus MINHA OPINIÃO sobre as manifestações de greve. Pronto! ‘Engavetado!” Acomodado!
 
Futebol. Algo que conheço há 20 anos de forma intensa. Fui setorista da dupla Grenal e da Seleção Brasileira neste período. Conheço os segredos do mundo da bola. Aprendi sobre técnica, tática, o dia-a-dia dentro dos vestiários, aviões e ônibus pelo mundo afora viajando com as delegações e direções dos maiores clubes do nosso estado e do país. Dois gigantes do futebol mundial. Conheço um pouquinho. Sou cronista. Mas alguém respeita isso? Muita gente sim. E ainda bem que ainda são maioria, mas uma parcela que discorda de uma ou outra opinião desfere seus adjetivos nada elogiosos simplesmente por não concordarem. E sabe de uma coisa? Eu gosto quando discordam e em alto nível, buscam o debate. Não tenho nenhuma vaidade em mudar de opinião desde que as argumentações me façam, de fato, mudar a minha forma de pensar.
 
Assim acontece em qualquer assunto por mais simples que seja nas redes sociais. A falta de respeito as ideias de quem quer que seja vira ódio. Infelizmente.
 
Difundem-se informações erradas. Tudo é aceito nas linhas digitais. Aceitá-las ou não é decisão de cada um.
 
‘- Ahhh fulano(a) posta demais no Facebook. É toda hora!” Alguém comentou no cantinho. Aí eu pergunto. E daí? Respeita. Se a pessoa quer postar o tempo inteiro e te incomoda, exclui e resolvido, mas não julga, RESPEITA.
 
Acredito (MINHA OPINIÃO) que estamos em um momento muito perigoso. A tênue linha do respeito está quase se rompendo, e a tolerância deixando de existir. De quem é a culpa? Não cabe a mim encontrar culpados, mas posso sim fazer a minha parte no que se refere a conscientização de que somos seres únicos, cada um com sua opinião, com seus saberes diferentes. Concordo com todos e todas? Claro que não, entretanto, respeito. Ponto.
 
Hoje, dia 20 de novembro é dia nacional da consciência negra. O debate é importante. Respeito pelo próximo independentemente da cor da pele, da etnia, do gênero, é o princípio para que tenhamos simplesmente TOLERÂNCIA. Não por ter que suportar algo, mas por entender que cada pessoa é o que ela acredita e disto não faz dela uma pessoa do mal. Eu tenho os meus valores. Posso não gostar dos valores dos outros. O que eu faço? Distancio-me. Não concordo. RESPEITO e quem sabe não me permito discutir com toda educação possível e mudar de ideia? Porque não?
 
Comecemos hoje este trabalho. Quem concorda, lógico. Plantemos tolerância. Para colher educação. Para termos respeito. Para mudar uma geração intolerante da qual somos e fizemos parte. Infelizmente!