São 41 anos de vida, 15 de setorista da dupla Grenal, 20 de carreira, mas fundamentalmente, uma vida toda com a paixão pelo futebol. Nasci em 1977. Comecei a acompanhar futebol, de fato, em 1982, na Copa do Mundo da Espanha. Colecionei as figurinhas que vinham nos chicletes da época. Perdemos para a Itália. Ouvia os adultos falando que aquela era a melhor seleção de todos os tempos. Mas não venceu. Fui crescendo e cada vez mais envolvido com as histórias do mundo da bola, sempre apaixonado pelo esporte dos 11 contra 11, lendo o jornal de trás pra frente, atualizando resultados, torcendo para o meu time do coração, mas principalmente, amando o futebol.  Desde então, sempre ouvi nestes anos todos, as equipes referências de determindas épocas. O Inter do Rolo Compressor, o Inter do título brasileiro invicto, o Grêmio campeão brasileiro em 1981, o campeão da libertadores e mundial em 1983… Claro que ouvi falar do Santos, de Pelé, do Palmeiras, de Ademir da Guia, do Napóli, de Maradona, Cerezo e Careca, o Flamengo, de Zico, Adílio e Nunes… Tudo isso, como criança, pré-adolescente.  Times que viraram referência. Já entendendo das coisas, vi a Era Felipão, no Grêmio em 1995/1996/1997, a Era Fernandão, no Inter 2006/2007, e agora, estamos presenciando mais uma Era única no futebol gaúcho/brasileiro. A Era, Renato? A Era, Romildo? Independentemente do nome deste momento, o que estamos sendo testemunhas é de um time que vai ser lembrado por muitos e muitos anos. Um time de futebol que encanta. O Grêmio de 2018, ainda com muito do Grêmio de 2017, que já encatara o país na Libertadores do ano passado, que já despertava a atenção pelo toque de bola da Copa do Brasil de 2016, hoje é uma equipe quase imbatível. O Grêmio hoje enche os olhos de quem gosta do futebol moderno, ágil, rápido, e às vezes, até parecendo despretensioso. O Grêmio de Renato não é só mais um time na história. É referência. É, de fato, um time que mostra a cara do futebol brasileiro, aquele das ‘antigas’, de 1982, mas com a raça do Grêmio de 1983, e com a magia do Grêmio de 1995. O time montado por Romildo, Renato e cia, mistura características fundamentais e letais para quem quer ser um time vitorioso. Empolgação? Pode ser, mas verdade mesmo, é que o elenco do ídolo Portaluppi, não tem onze, mas 15, talvez 18 jogadores, que mesmo onde um que outro esteja um pouco mais abaixo na questão técnica, sobra transpiração, sobra vontade, e até o romântico ‘a gente se fala no olhar’ poderia ser colocado com um detalhe dos atletas da já celebrada e campeã, Arena. Um goleiro, como Grohe, que bate um recorde de quase 900 minutos sem sofrer gols e ainda traz consigo um passado recente de milagres embaixo das traves, amparado por uma defesa que se completa na elegência de um Geromel, e na força de um Kannemann. Dois laterais, que se não são craques, são eficientes, voluntariosos, mesmo que apresente um Léo Moura nas portas dos 40 anos e um Bruno Cortez, que por pouco não parou no futebol nordestino, e hoje mostra cada vez mais qualidade no apoio do ataque.  Na frente da zaga, bom, aí temos um capítulo à parte. Maicon e Arthur são soberbos. O capitão, inacreditavelmente, liberado do São Paulo, assumiu a causa, e hoje exibe um futebol vistoso, imponente. Quase todas as jogadas da equipe passam por ele, que cadencia toda a estrategia da equipe com outro talento. Arthur. Com carreira meteórica, com pré-contrato com o Barcelona, segue encantando o mundo. Tite não sabe o que fazer. Levá-lo ou não levá-lo para a Copa do Mundo? Arthur é o jogador moderno. Comparado a Iniesta, o jovem atleta gremista, é completo. Erra poucos passes, pisa na área, faz gols. Alguns duvidavam de sua capacidade após a lesão do final de 2017. Já mostrou que não era só momento. Arthur é craque. Ramiro? De contestado à titularíssimo. Com 1’68, até gol de cabeça marca, conclui de longe e briga até o final do último minuto de uma partida. Seja ela qual for. Brigador, marcador e com certa técnica, é peça fundamental no motor do meio de campo gremista. Ao lado dele está Luan. A principal arma de ataque tricolor, Luan às vezes parece estar no mundo da lua. Parece desligado de tudo. Engano. Como se a suposta ‘lentidão’ fosse um disfarce, em segundos, é capaz de deixar um companheiro livre para marcar, ou ainda, desvencilhar-se de uma marcação e concluir a gol de qualquer distância e sair correndo para comemorar. Luan é craque? Perguntam. Acredito que ainda nao. Mas está em outro grupo. Ele não é um jogador comum. Luan é diferenciado. Atuou em todas as posições de ataque, e hoje, um pouco mais recuado mostra maturidade. Embora suas travessuras ao microfone, que enlouquecem a torcida, mas que preocupa aos dirigentes e técnicos, é clamado na seleção pela imprensa no centro do país como um dos 23 da lista do Adenor. Será que vai? No ataque, bem no ataque duas situações completamente distintas.  Everton: Ele não sabe chutar, falavam por aí, ‘Ele só serve pra entrar no segundo tempo!” Disseram do outro lado. Everton hoje é um dos melhores atacantes em atividade no Brasil. Rápido, técnico, cirúrgico, solidário, Everton hoje é um dos mais temidos jogadores do elenco de Renato. Não se assusta com marcação forte, aprendeu a ‘apanhar’, e recentemente, até ‘uma pulguinha’ na cabeça de Tite teria colocado. Tivesse estourado um pouco antes, não tenho dúvidas, seria chamado, mas fato, é que Everton hoje é uma referência dentro das referências do time que é referência. Com perdão das redundâncias. Chegamos à Jael. O camisa 9 passou por poucas e boas. Quase foi chacota. Mas virou o jogo. Marca gols de atacante chamado de tosco, entretanto, dá passes de camisa 10 para que os seus companheiros concluam para marcarem os gols do time. De letra, de peito, de cabeça… Jael também é diferente, e cresceu junto à tantos talentos criados no elenco azul, preto e branco.  E aí? E aí que o treinador olha hoje para o banco de reservas e ainda tem André, Alisson, Maicossuel, Hernane Brocador (que mal jogou…), Douglas retornando… Um grupo de atletas. Atletas que entram a qualquer momento da partida e se inserem ao estilo de jogo como tivessem começado a partida. Referência. O Grêmio hoje é uma referência que será lembrada daqui a muitos anos. Como aqueles times que eu lembrava ou que ouvia falar quando eu tinha meus 7, 8 anos. Se você tem condições, não deixe de assistir ao Grêmio. Ver o Grêmio jogar hoje é de encher os olhos de quem ama o futebol. Sem comparações. Sem grenalizações. Sem paixões exageradas, mas com o olhar do apaixonado pelo futebol bem jogado. Melhor que o próprio Grêmio de 83, de 95? Melhor que o Inter de 75, 76 e 79? Melhor que o Inter de 2006? Não sei. Estes são referências. E na minha opinião, referências não se comparam, e sim, se guarda, na memória, na retina, nos livros de história… Referências se guarda pra contar para os netos… Esse Grêmio vai conquistar mais títulos? Vai fazer mais história? Não posso afirmar, agora, que vai continuar encantando à todos nós, ahhh isso eu tenho certeza que vai. FB   Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

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