E óbvio que não foi fácil. Nunca foi para Farroupilhas, Chimangos e Maragatos. Não seria hoje. Foi com a cara do Grêmio. Foi com a raça gaúcha! Foi com a força de jogadores que incorporaram o espirito de Eurico Lara, maior ídolo da história de 114 anos de um dos maiores clubes de futebol do planeta. Foi com o sentimento de um Mazaropi, de um Danrlei, que Marcelo Grohe entrou em campo na histórica noite deste 29 de novembro de 2017 no estádio La Fortaleza, na pequena Lanús, da Grande Buenos Aires, em terras argentinas, que ele saiu de campo para entrar na páginas dos livros da história do futebol brasileiro mundial, e principalmente, nos corações de cada um daqueles que integram toda uma nação azul, preto e branca. Foi com guerra! Mas foi na bola! Foi com talento. Mas também foi com coragem. Foi com alma. Foi do jeito de Grêmio. O Grêmio venceu o Lanús atuando na Argentina e é Tricampeão da Taça Libertadores da América. Diz o hino gaúcho, que ‘sirvam nossas façanhas de modelo à toda terra’, e certamente esta frase retrata o que foi o time de Renato Portaluppi, o único ser brasileiro na face da terra, campeão da mesma competição como jogador e técnico, no confronto desta noite no estádio La Fortaleza. Épico! O Imortal Tricolor honrou as lágrimas e o apoio de uma torcida enlouquecida ao representar a alma gauderia contra os talentosos e aguerridos portenhos e trouxeram a Taça para o Rio Grande do Sul. Com Marcelo Grohe, um milagreiro, Edílson, um lutador, Geromel, um gigante, Bressan, o menino que mostrou maturidade de um veterano, e Bruno Cortez, o renascido no Sul, Jaílson, um pequeno guerreiro, Arthur, o maestro, Ramiro, o operário brilhante e Luan, o craque, Fernandinho, o cara de confiança do comandante , o cara da velocidade, e de um argentino naturalizado paraguaio com alma de um gaúcho, Lucas Barrios, a equipe gremista entrou em campo sabendo o que deveria fazer. E mais, sabia que entrava em campo com o título, era necessário segurar o ímpeto dos aclamados ‘reis’ das reversões para trazer de volta para Porto Alegre, o tão desejada taça do Tri. No primeiro tempo, a equipe gremista parecia estar jogando na Arena em Porto Alegre. Dono do jogo a equipe adiantou a marcação, forçando o erro do adversário, e dominava totalmente as ações, até que em um contra-ataque fulminante, Fernandinho, roubou a bola do zagueiro e partiu para o ataque, em velocidade chegou cara a cara com o goleiro argentino e concluiu forte para marcar um golaço!!! Fernandinho entrava para a história: Grêmio 1 a 0. Logo depois, veio a hora do craque. O Tricolor seguia dominando um adversário acuado, assustado com a postura do tricampeão, que até tentava chegar no gol gremista, mas esbarrava na sólida defesa comandada pelo capitão Geromel, até que Luan foi lançado. Com habilidade de um fora de série, ele avançou, passou por três jogadores argentinos, e na frente do goleiro, com categoria, encobriu o arqueiro, marcando 2 a 0 para os brasileiros. No segundo tempo, uma perda. Arthur, depois de sentir uma pancada no finalzinho do primeiro tempo, acabou substituído. Chorando, o camisa 29 saiu para a entrada de Michel. O Lanús especulava uma que outra chegada mais forte enquanto o Grêmio, com uma postura firme, segurava a pressão argentina. Aos 25, o susto. Pênalti para o Lanús. Jaílson acabou pegando o atacante argentino. Sandi foi pra cobrança e fez o gol dos donos da casa. Grêmio 2 a 1. Aos 20, Cícero, o autor do gol da vitória da Arena, entrou em campo na vaga de Lucas Barrios. Tinha que ter confusão. Ou uma final entre brasileiros e argentinos não teria? Aos 38, Ramiro reclamou. Recebeu cartão amarelo e continuou reclamando. O juiz expulsou o jogador do Grêmio, que atuaria até o final com um jogador a menos. Ainda deu tempo do sensacional Marcelo Grohe receber o seu cartão amarelo por retardar o jogo. Fim de jogo. E a festa começou. Em meio as lágrimas de emoção, pairava pelo ar as conquistas de 1983 com Mazaropi, Baidek, De León, Paulo Roberto, China, Casemiro, Renato, Osvaldo, Caio, César, Tita e Tarciso, e depois em 1995 com Danrlei, Arce, Rivarola, Adílson e Roger, Dinho, Goiano, Arílson, Carlos Miguel, Paulo Nunes, Jardel , Alexandre Xoxó e Nildo, que comandados por Valdir Espinoza, em 83 e Luís Felipe Scolari, em 95, que agora recebem junto dos seus nomes cada um dos guerreiros que representaram o tricampeonato da América hoje à noite. Quisera, que por uma ironia do destino, um ano após o mais trágico e triste dia da história da bola, o acidente com o avião dos heróis da Chapecoense, os gaúchos pudessem homenagear os campeões da querida cidade catarinense como merecem, em cima do pódio, no ponto mais alto, onde só aqueles que merecem recebem todas as glórias… E assim aquele canto, quase desgarrado do país, na pontinha do mapa, conquista o seu quinto título da América. Duas com o próprio Grêmio, e duas com outro gigante, o Internacional, mostrando a força de um ‘povo forte, aguerrido e bravo’… Assim, termina uma noite onde todos nós fomos testemunhas de mais um capítulo da história de uma das maiores camisetas da história do futebol, todos fomos torcedores de uma paixão chamada Grêmio, que pela terceira vez, pinta o continente descoberto por Cristovão Colombo, com as cores do seu sangue. O Grêmio outra vez, assombra o mundo e vai em busca de muito mais! Alô Abu-Dhabi! Alô Emirados Arábes! Alô outro lado mundo! Preparem-se!!! O maior da américa está chegando por aí!!! ‘O Grêmio vai acaba acaba com o planeta!!!’
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